terça-feira, 29 de novembro de 2011

Dias difíceis

Já que este espaço também serve para desabafar, vamos lá...

Não tem sido fácil cuidar de tudo ao mesmo tempo. Não tenho ninguém que me ajude em casa, nem com a Luiza. Ninguém de fora, né, porque conto com a ajuda do Fabio, meu marido, dos meus pais e da minha tia. Mas falando da minha casa, de quando estamos com a Luiza em casa, a barra pesa. Não temos condições finaceiras pra contratar alguém, a grana tá curta igual a coice de preá.

Faço tudo - limpo a casa, faço comida pra gente e pra Luiza, cuido das nossas roupas... Tem hora que queria ser cinco ao mesmo tempo. Geralmente faço assim: Acordo junto com ela, amamento, coloco ela na cadeirinha pra eu tomar café. Depois, o Fabio está acordando e fica com ela enquanto eu faço o suquinho pro lanche. Aí dou o suquinho enquanto ele toma café. Geralmente aí ela dorme assim que esvazia a mamadeira.

O Fabio fica com ela enquanto ela dorme. Ele aproveita e tira um cochilo também porque não sabe dormir cedo, fica no computador até altas horas da madruga. Começa aí o segundo round pra mim. Faço papinhas pro almoço de dois dias e o jantar dela. Quando termino ou faço o nosso almoço, também para dois dias, ou vou fazer alguma outra coisa - lavar roupa (não sei jogar roupa suja na máquina, coloco de molho e dou uma esfregadinha antes) ou vou limpar a casa. Termino correndo e vou tomar banho pra terminar a tempo da Luiza acordar. Dou o almoço já tensa com o horário, porque temos que deixar ela na casa da minha mãe antes de entar no trabalho às 14h.

Terceiro round. Meu emprego. Precisaria (em tese) estar desansada, com a cabeça fresca. Escrevo vááááárias laudas e fecho o jornal. Quem é da área sabe como isso é trabalhoso. Edito várias matérias, preciso prestar atenção em muitos detalhes, nuances pra que tudo saia bem. Saio do trabalho e vamos pegar a pequenininha.

Quando chega em casa, 4º round. Amamento e coloco pra dormir. Geralmente acabo às 23h, 23h30. A-c-a-b-a-d-a. Mortinha da silva. Só consigo me jogar na cama pra acordar de madrugada de novo quando ela me chama.

UFA! Cansei só de escrever. Mas essa tem sido a minha rotina, todos os dias... Quem disse que dou conta? É humanamente impossível. Além de me esborrachar toda ainda tenho que tentar conviver com o que não dá certo arrumar e fazer vista grossa pra bagunça, pra sujeira... E fico pensando: "Meu Deus, essa não parece uma casa onde vive um bebê..." E aí vem a culpa.... Alguém me ajuda? #comofaz?

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O que eu faria hoje se estivesse grávida

O post de hoje é uma homenagem à gravidez de uma pessoa muito querida. Uma gestação muito especial, que eu vou curtir como se fosse minha. Quando ela me autorizar eu passo aqui pra contar.
UPDATE: É a Janaína Gouveia, minha amiga do trabalho! Parabéns, Jana!!!

Se eu engravidasse hoje de novo (ai meu Deus, tomara que chegue logo esse dia) faria muita coisa diferente. Deixava de fazer outras tantas. Resolvi listar tudo pra não esquecer de nada da próxima vez:

1. Comeria menos porcarias. Quando os enjoos passaram eu só queria saber de guloseimas. Acabei deixando frutas e verduras de lado.

2. Faria exercícios físicos. Depois de liberada no terceiro mês, cadê a coragem para pelo menos uma caminhada? Hoje faria hidroginástica e ioga também. Quem sabe musculação mesmo?

3. Faria um diário da gravidez. Anotaria tudo, tudo mesmo. Como gostaria de ler todas essas informações hoje! Quem sabe ter começado esse blog no dia da descoberta da gravidez, ou mesmo antes...

4. Tiraria fotos da barriga todo mês. E depois montaria um quadro comparativo. Tinha que ser sempre da mesma posição, pra ficar bem legal. (Quem sabe toda semana? #pegaalouca)

5. Lutaria por um parto natural. Na hora H bateu o medo, eu tinha medo de não ser aceita por outro obstretra com mais de 36 semanas de gestação. Hoje sei que se tivesse ido bater no consultório da minha atual médica, que faz partos até em casa, ela teria me acolhido.

6. Tiraria mais fotos, da gravidez toda. Não tenho fotos com um mês, nem com dois, nem com quatro meses.

Continua...
(Sinto que esse post vai ser eternamente atualizado. Quando lembrar de mais coisas, eu volto.)

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A volta ao trabalho

Mais uma etapa das nossas vidas vencida com muita tranquilidade. Era hora de voltar a trabalhar e me separar, temporariamente, da minha pequena.

Quando você diz: "vou ficar sete meses de licença", parece uma eternidade. Saí em abril e só voltei agora em novembro. Parece até que para mim o ano só vai ter cinco meses. É que por mais difíceis que sejam os primeiros dias ou primeiros meses de um bebê, no fim das contas só ficam as coisas boas guardadas na sua memória.

Fazendo um balanço da minha licença maternidade o que ficam são os sorrisos, as brincadeiras, as mamadas cheias de carinho, os banhos divertidos, as saídas com a vovó ou o papai da Luiza, os telefonemas dos amigos cheios de saudades... Claro que nesses dias existiram cansaço, muito trabalho, falta de tempo até pra tomar banho! Mas tudo isso faz parte, você faz de modo automático, e se renova a cada dia, quando aquele serzinho tão pequeno te solicita, rindo ou chorando.

A ansiedade começou a bater há mais ou menos duas semanas antes da licença acabar. A dor no estômago foi o primeiro sinal de preocupação. Passamos uma semana treinando a nova rotina da Luiza. Procurei fazer as coisas no mesmo horário em que elas iam acontecer na minha ausência. A alimentação também foi adaptada para que ela não precisasse de leite no período em que eu estaria fora. Até tentei ordenhar e deixar o leite no congelador, mas como saiu pouquinho (60 ml - apesar de eu saber que se eu insistisse, com o tempo o volume de leite iria aumentar) e ela ficou bem com um suquinho no meio da manhã e a papinha salgada no almoço, resolvi me poupar de mais esse esforço.

"Pensei que você ia sofrer mais, que ia passar a manhã chorando!". Foi o que muitas pessoas me disseram. Mas, graças a Deus, não foi tão ruim quanto eu mesma imaginasse que ia ser. Senti vontade de chorar assim que deixamos ela e saímos no carro. Mas passou logo, as lágrimas nem chegaram a cair. Confesso que no primeiro dia meu coração ficou um pouco apertado. Mas nada desesperador.

Fiquei muito feliz com a recepção dos meus amigos e colegas de trabalho. Foi muito bom poder me sentir útil, produtiva. Estava com saudade também do meu trabalho em si, que adoro fazer. Peguei o rirmo rapidinho!

Besteiras que senti falta: andar no banco da frente do carro, me maquiar com calma, me arrumar. Luiza também ficou bem: brincou bastante, dormiu, comeu direitinho. Quando chegamos, ela olhava pra mim e pro pai, sem acreditar que estávamos mesmo ali na frente dela. Jogou os bracinhos e pulou no meu colo, doida pra matar a saudade do leitinho da mamãe.






sexta-feira, 4 de novembro de 2011

7 meses!

Filha linda, hoje você completa sete meses. Não é mais um bebezico! É muito fofa e muito esperta!

Tivemos uma semana intensa. Parece até que você guardou várias surpresas pra mim neste finalzinho do nosso período bem juntinhas. Na segunda recomeço a trabalhar, nossa rotina vai mudar, mas tenho certeza que vai ficar tudo bem, apesar da saudade imensa que vamos sentir uma da outra no período da manhã.

Primeiro você aprendeu a abaixar sozinha as blusas tomara-que-caia que uso para facilitar a amamentação. Quando quer mamar você abaixa a blusa sozinha e encontra o peito, em qualquer posição. Também teve o epísódio da sua capotada na cadeirinha de refeição. Mamãe estava te dando uma papinha deliciosa de batatinha com cenoura e no finzinho, quando o prato estava ficando vazio, você encostou a cabecinha e dormiu! Ninguém conseguia te acordar, foi um sarro.


Também teve o seu primeiro banho de chuveiro. Papai te pegou todo confiante e você adorou! Ficou tentando pegar a água que caía... Depois você dormiu profundamente, recuperando as energias que gastou nessa farra toda.

Hoje abaixei o estrado do seu bercinho. É que você já está conseguindo se segurar nas grades e ficar de joelhos. Mamãe tem medo que você caia! Tá vendo como você já está uma moça! Também pela primeira vez você jantou papinha. Preparei uma bem gostosa com batata, cenoura, chuchu e tomate. Você comeu tudinho! Há três dias você também almoça uma refeição mais completa: legumes, carne e arroz. Filha, você está grande! Já está pesando quase sete quilos e medindo 62,5cm.  Está um chumbinho nos braços da mamãe!

Vamos curtir bastante o fim de semana para na segunda-feira começar uma nova etapa nas nossas vidas. Aos poucos vamos ficando mais independentes uma da outra. Já reparou como diminuiu a quantidade das nossas mamadas? Já estou sentindo falta de te alimentar com o meu leite exclusivamente. Mas também fico feliz de ver você devorando as papinhas e suquinhos que preparo com muito carinho. É assim, filha. Não pense que vai ser fácil pra mim. Sorte que, numa parte do dia, você vai ficar com seus avós, que te amam e fazem qualquer coisa pra te ver feliz.

Mamãe fica dividida entre a saudade das coisas que já passaram e ansiedade pelo que você ainda vai aprender. Vale, né? É amor de todo jeito...

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O corpo e a gravidez

Peguei carona na gravidez de uma pessoa muito querida e resolvi relembrar essa questão das mudanças que a gestação provoca no corpo. Gente, não vou dizer que é fácil!

Antes da gravidez estava em ótima forma, uma das melhores que já tive. Depois de um longo tratamento para a tendinite que tenhos nos joelhos, começei a malhar firme e estava com uma alimentação exemplar. Meus músculos estavam tinindo e eu estava com o peso em dia, 55kg.

Assim que engravidei, tive que parar com os exercícios físicos. Nem sempre é assim, mas no meu caso, a gravidez foi considerada de risco (leve) por causa da endometriose. A recomendação médica era voltar a malhar depois do primeiro trimestre, de forma muito suave. Mas quem foi que disse que eu tive pique? Um sono e uma preguiça não me deixavam sair do lugar. Uma amiga dizia: "já começou a ir atrás de enxoval, móveis para o quarto?" Oi? Quase não conseguia tirar a roupa quando chegava em casa do trabalho de tanto enfado.

Depois que passaram os enjoos - lá pelo quarto mês - eu, que antes tinha uma preocupação imensa em me alimentar de forma saudável, me joguei nos doces, salgadinhos, refrigerantes, bombons e afins. "Mas o que é isso? A gravidez não deveria ter te deixado mais preocupada ainda com a saúde?" Pois é, deveria. Mas o que eu podia fazer se só sentia vontade de comer porcaria? Assumi com força a história dos desejos e tinha mil e um voluntários carinhosos prontos pra satisfazer minhas vontades.

Resultado? Não engordei horrores, mas poderia ter ficado bem abaixo dos 13kg totais a mais. Só num mês, não me lembro qual, engordei 5kg!!! E as pessoas ainda diziam: "você está ótima! Não engordou nada, não está inchada!" Aí é que eu comia com mais prazer ainda. Não me arrependo de nada, afinal, foi a primeira gravidez, estava radiante, nem aí pra balança.

Depois do parto, perdi de cara, 8kg. A barriga ficou inchada por um bom tempo (quando esse perído termina, se é que termina?) Usei cinta pra ver se ajudava o corpitcho a voltar ao normal. Mas as roupas de grávida ainda são as únicas que ainda estão me servindo (principalmente no quadril). Como amamentei de forma exclusiva durante os seis primeiros meses, acabei engordando mais dois quilinhos. É que amamentar dá muuuuuuuuuiiiita fome. Pelamordedeus! Meu almoço parecia pratada de trabalhador braçal! Mais uma vez, desencanei, precisava me alimentar - e muito bem - pra conseguir aguentar o rojão.

Mas, de uns tempos pra cá - uns dois meses mais ou menos - essa questão tem me incomodado um pouco. Depois que a Luiza passou a comer frutinhas, legumes e suquinhos, tenho tentado segurar mais minha boca. Como o número de mamadas dimunuiu, a fome de diabo da tazmânia também deu uma aliviada e já estou sentindo algumas roupas mais frouxas. Mas tive que comprar calças jeans para voltar ao trabalho. As velhas não entram nem a pau!

Outras mudanças no corpo foram:
- as espinhas no rosto voltaram. Com força. E não dá pra usar aquele ácido superpower, por causa da amamentação;

- o cabelo parece que vai sumir, cai muito! Dava pra fazer uma peruca cada vez que lavo a cabeça. o formato dos fios também mudou. Estão nascendo meio ondulados. Fazer escova com frequência nem pensar, quer que eu fique careca de vez?

- nos primeiros meses depois do parto a barriga ficou bem escura, mas depois voltou ao normal (só a cor, o tamanho não buááááá);

- a parte boa: meus seios dobraram de tamanho. Quando estão bem cheios de leite (empedrados, como se diz) ficam três vezes maiores. Mas não dá pra sair desfilando com a nova comissão de frente. O sutiã de amamentação (um charme só) não ajuda muito no quesito beleza;

- o aspecto desleixado tomou conta de mim. Eu me acostumei a sair de casa sem muita produção (leia-se com a roupa do corpo). Não dá tempo de pensar em maquiagem, acessórios, penteados. Até a bolsa tenho dispensado e coloco o mínimo de objetos possíveis na parte da frente da bolsa da Luiza (separado das coisinhas dela, claro).

- a escolha da roupa segue o quesito praticidade. Blusas? Só com abertura na frente pra colocar os peitões de fora a qualquer tempo;

- o intestino não é mais o mesmo. Tenho sofrido com prisão de ventre.

Mas quer saber? Se fosse pra passar por tudo de novo eu faria. Nada mais importa no mundo do que a presença da minha filhota linda.

É esse amor que agora me alimenta.