terça-feira, 20 de setembro de 2011

O dia tão esperado

Uma crise alérgica daquelas. Eu tinha trocado o meu horário de trabalho por causa da campanha política. O relógio biológico completamente alterado. Estava me sentindo muito cansada, seria por causa da sinusite? Meu Deus, que fome é essa? E esse sono que não passa?

Os sinais já estavam na minha cara. Mas, eu, com medo de mais uma decepção, adiava o exame ao máximo. Acontece que não aguentava mais o nariz entupido, moleza no corpo, garganta ardendo, querendo fechar. "Vou tomar um antialérgico", pensava. Mas quem está tentando engravidar, sabe. Antes de fazer qualquer coisa, aquela frase aparece no pensamento: "E se eu estiver grávida?"

Foi por isso que resolvi fazer o exame, já com uma semana de atraso menstrual. No fundo, no fundo, uma desculpa para mais um beta HCG. Só que dessa vez estava mais nervosa do que nunca! Antes de sair de casa, escuto uma voz que me diz: "Não se preocupe, vai dar tudo certo." Aí é que me tremi mais ainda.

Já no trabalho, com login e senha do laboratório em mãos, não parava de olhar para o relógio. Resolvi checar o resultado uns quinze minutos antes do previsto. Não é que já estava lá? Minha mão nem conseguia posicionar o mouse direito.

A tela abre com um número enorme: 21759.14. Meu Deus, que número é esse? Logo eu, que já tinha feito tantos exames, não estava sabendo ler justamente aquele. É que existem dois tipos desse mesmo exame. Um é qualitativo, diz negativo ou positivo. E esse que eu fiz era o quantitativo. Maior que 50.0 indica gravidez.

Imprimi o exame e saí correndo para encontrar o marido, na sala ao lado (trabalhamos no mesmo local). "Olha aqui, acho que estou grávida", já com os olhos marejados. Ele fica me olhando com cara de bobo, me dá um abraço daqueles que suspende a gente no ar e me diz "é, acho que está sim".

Ainda sem acreditar muito, ligo pro ginecologista (já era outro, não a que me diagnosticou com endometriose) e leio o número pra ele. Nunca vou esquecer do que ele disse: "É gravidez sim, e muito bem implantada." MEU DEUS!!! Então era verdade! Só chorava. Consegui não falar nada pros colegas nesse mesmo dia. Me viam de olhos vermelhos e perguntavam: "Está tudo bem?" Eu só fazia que sim com a cabeça.

Nem dormi direito. Feliz da vida, mesmo sem poder medicar a garganta que latejava de dor.

Era 18 de agosto de 2010.



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